Mesmo não tendo asas, o homem quis chegar ao céu.
Imaginou-se como um pássaro e teve a coragem de sonhar. Em 1906, o brasileiro Santos
Dumont foi o primeiro a decolar a bordo de um avião
impulsionado por um motor a gasolina. O avião, então, era apresentado ao mundo
inteiro.
A história de Sandro Salgueiro não começou nessa época, mas
foi graças a essa invenção que ela tomou sentido. Aos 20
anos, o fortalezense é apaixonado pela máquina, por voar, e
principalmente pela possibilidade de fazer a diferença no mercado de aviação.
A aviação apareceu em sua vida ainda na infância, quando
pilotava simuladores de voo e brincava com aeromodelos. Com 16
anos, idade em que muitos jovens escolhem as profissões, Sandro pilotou pela
primeira vez um avião. Dessa vez, era um de verdade. Pronto! A vontade de ser
piloto de linha aérea chegara e perdurara até os 18 anos, tempo em que o garoto
continuava praticando.
Decisão de ir embora
As escolhas na vida chegam cedo. Acontece com as consequências também.
Sandro tinha um leque de caminhos a seguir, quando se tratava de escolher um
curso de ensino superior. Qual fazer? Onde fazer? O que eu quero ser? Foi com
essas reflexões que surgiu a vontade de contribuir para a aviação de maneira
mais impactante: decidiu ser projetista de aeronaves e estudar engenharia
aeroespacial.
“A decisão de estudar fora se deu no meu 3º ano do ensino médio, quando
tive a oportunidade de viajar com meus pais para visitar uma universidade de
aviação nos Estados Unidos. Impressionado com a infraestrutura disponível e a
possibilidade de explorar oportunidades inexistentes no Brasil, tomei a decisão
imediata de concentrar meus estudos naquele tempo na preparação para exames
americanos de admissão universitária”.
Cuidadoso, Sandro fez uma pesquisa minuciosa, já que seu futuro estava
em jogo. Descobriu a Universidade de Michigan – que ocupa o terceiro lugar no
ranking americano de instituições que ensinam engenharia aeroespacial – e se
mudou para Ann Arbor, nos Estados Unidos.
O primeiro desafio, então, veio à tona. O processo de admissão no
exterior é bem diferente do vestibular realizado no Brasil. Sandro fez,
sozinho, a própria pesquisa, sem o devido apoio da escola em que estudava, em
Fortaleza. Apoio mesmo, ele teve dos pais, em todos os instantes. Fruto do
próprio esforço, conseguiu ser admitido. Atualmente, não cursa só engenharia
aeroespacial, mas também engenharia elétrica.
Terrinha
A decisão de sair do Brasil aconteceu de forma natural. “A intenção não
era sair do Brasil para estudar emMichigan, mas
simplesmente buscar a melhor educação de engenharia aeroespacial entre as
várias escolas do mundo”.
Sandro se despediu da família e foi embora para um novo mundo. Para ele,
a separação não foi difícil, já que o apoio familiar já acontecia desde antes.
“Falo com meus pais frequentemente, e por isso não me sinto afastado.
Geralmente visito Fortaleza duas vezes por ano: em julho e em dezembro. Passo
aproximadamente três semanas em Fortaleza por ano”.
Quando questionado sobre o que mais sente falta do Ceará, o
universitário é certeiro: “Do calor, com certeza. A neve enjoa rápido”.
Carreira
Intensamente envolvido com a carreira, Sandro tem a própria estratégia
para conquistar o mundo. Aliás, impactar no meio da aviação. Ela é baseada em
dois componentes: ambição e interação interpessoal. “Estudantes que se formam
no mesmo curso muitas vezes têm conhecimentos similares, e o fator que muitas
vezes define seus futuros são suas conexões com outros profissionais da área.
Assim, o maior desafio de estudantes daqui – e meu também – é conseguir a
exposição necessária para que seu talento seja percebido no mercado. Para alcançar
isso, não basta estudar e tirar boas notas. É preciso se envolver com
atividades extracurriculares”.
É tendo em vista esse desafios, que Sandro espera alcançar seu ligar de
mérito o que muitas pessoas não conseguem. Dentre os motivos que o estudante enxerga
para quem não consegue, está a acomodação com a atual situação e a falta de
contatos, famoso “networking”.
Colecionador de prêmios e esportista
Em seu tempo livre, o futuro engenheiro se dedica a opções peculiares
para a maioria dos jovens de sua idade: pilota todo fim de semana, constrói
aeromodelos e lê revistas de aviação. Mesmo com a agenda lotada de afazeres, há
um esporte que o garoto pratica: o ciclismo.
Além disso, outro hobby de Sandro é ganhar prêmios. Recentemente, ganhou
um prêmio da revista Aviation Week, que elegia os 20 estudantes que mais
contribuem para a indústria de aviação (Clique aqui para ver o
experimento de Sandro). Em 2012, ele foi premiado como o melhor
estudante de engenharia de 2º ano da universidade, além de ter recebido prêmios
de organizações independentes por excelência em liderança.
Com o currículo de perder o fôlego de tanta atividade, o garoto vai
estagiar, no ano de 2014, como engenheiro na Delta Air Lines, uma das melhores
companhia aéreas dos Estados Unidos.
Curiosidades
Já não basta ter inglês e espanhol, tem que falar chinês. Sandro estudou
o idioma em 2012, mas parou devido a falta de tempo. “Meu interesse pela língua
é profissional, visto que tantas negociações globais envolvem a China hoje em
dia”.
O garoto considera a carreira de astronauta muito interessante, mas as
oportunidades limitadas no Brasil frustram qualquer busca. “Nos EUA, eles não
aceitam estrangeiros como astronautas americanos”.
Fonte: Tribuna do Ceará
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